Alta disponibilidade aplicada à Indústria 4.0
É necessário aplicar estratégias de alta disponibilidade em ambientes industriais? Que desafios nos coloca a quarta revolução industrial? Contamos-lhe tudo...
Uma vez definido o conceito de alta disponibilidade e dos “cinco noves” surge a pergunta: ¿é necessário aplicar estratégias de alta disponibilidade em ambientes industriais? Que desafios nos coloca a quarta revolução industrial?
Em muitos setores, a disponibilidade dos sistemas baseados em tecnologias de IT tornou-se um fator tão importante como a necessidade de dispor de energia elétrica. Estes sistemas informáticos altamente disponíveis (redes, servidores, estações de operação, etc) são concebidos, instalados e geridos com o objetivo de garantir tempos mínimos de paragem planeada ou não planeada.
A alta disponibilidade não é necessária para todos os tipos de sistemas. Empresas multinacionais com múltiplos turnos de trabalho cujo negócio se baseia na internet (transações (bancos), venda online (cinemas)…) requerem alta disponibilidade, já que é necessário que os utilizadores tenham um acesso contínuo aos sistemas. Se um utilizador não puder realizar uma transação ou não puder comprar os seus bilhetes, o fornecedor enfrenta a perda de confiança do utilizador no sistema e o impacto económico que isso supõe para o negócio.
Em ambientes industriais, existem sistemas críticos e existem outros sistemas que não são tão críticos. Nas entradas anteriores deste blog ( Conceitos de alta disponibilidade: Disponibilidade o que é e como se pode medir? e “Os noves de disponibilidade O que são?” ) apresentamos o exemplo da empresa do setor farmacêutico ABC na qual se trabalha em dois turnos (16 horas por dia) durante 5 dias por semana (16×5) e, embora o sistema possa estar não disponível sem maiores implicações por um máximo de 9 horas, requer-se que o sistema tenha disponibilidade contínua o resto do tempo.
Em ambientes regulamentados, as normas FDA exigem rastreabilidade dos dados, assegurando a sua total integridade. Por este motivo, os sistemas são concebidos com redes e servidores redundantes de tal forma que se possa garantir a não perda destes dados.
Em infraestruturas, por exemplo, devido à promulgação da Lei de Proteção de Infraestruturas Críticas (2011), é de vital importância e de cumprimento obrigatório que os sistemas SCADA disponham de estratégias de alta disponibilidade, incluindo, entre outros, a gestão de alterações e cópias de segurança dos ativos de automatização PLCs, SCADAs, HMIs.
A quarta revolução industrial ou Indústria 4.0 (Industry 4.0) marca desafios importantes no fabrico ou prestação de serviços, entre eles, a otimização das operações, sistemas mais flexíveis, mais inteligentes, mais disponíveis.
Toda esta plataforma de produção, orientada para a transformação digital, requer uma infraestrutura de informática industrial robusta e segura, na qual coexistam estratégias de alta disponibilidade: redes e PLCs redundantes, servidores de captação-análise de dados e de aplicações industriais com virtualização e tolerância a falhas, sistemas de gestão de cópias de segurança em automatização (PCs e PLCs), implementação de SCADAs baseados em tecnologias cliente/servidor (servidor RDS e clientes zero), entre outros.
Segundo um estudo da consultora Price Waterhouse Cooper intitulado “Opportunities and challenges of the industrial internet”: A base da quarta revolução industrial é a disponibilidade de toda a informação relevante em tempo real, a qual se consegue conectando todos os elementos (ou instâncias) envolvidos na cadeia de valor”.
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