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O acesso ao Mundo para os fabricantes de maquinaria.

A conetividade dos controladores gerou novos modelos de negócio no setor OEM, novas oportunidades e serviços, mas também novos riscos.

Há já algum tempo, antes de os novos paradigmas tecnológicos inundarem tudo, um cliente explicou-me o primeiro caso de sucesso aplicado do que hoje conhecemos como Business Intelligence para o desenvolvimento de negócio. O cliente em questão é um fabricante de maquinaria de produção de peças de latão e, naquele momento, produzia entre 8 e 10 máquinas por ano para todo o mundo.

O que lhes permitiu dar um salto na venda das suas máquinas foi ter a visão de dar conetividade aos controladores das mais vendidas para recolher os dados de produção/funcionamento das máquinas dos seus clientes. Decorrido o primeiro ano, analisaram os dados recolhidos e identificaram em que clientes tinham as máquinas a produzir a mais de 90% da sua capacidade.

A análise desta informação permitiu-lhes, com números na mão, fazer ver aos seus clientes que, se quisessem continuar a crescer, deviam adquirir outra das suas máquinas. Nesse mesmo ano, aumentaram as vendas anuais em 14 máquinas e, no ano seguinte, continuaram a crescer, e no seguinte…

Esta pequena história real reflete a evolução que o mercado OEM teve a nível espanhol. A crise económica empurrou este setor a abrir-se ao mundo e a olhar mais além das nossas fronteiras onde, felizmente, demonstrámos que somos muito competitivos. Atualmente, o setor OEM é o terceiro que exporta mais parte da sua produção (cerca de 80%), apenas atrás do setor farmacêutico e da construção naval.

Ora bem, este crescimento também implica uma mudança de mentalidade no modelo de negócio, mas, além disso, surgiram novos riscos devido à distância – manutenção – e à interoperabilidade – ligação com ferramentas não habituais em Espanha/Europa. A tudo isto, deve somar-se os novos requisitos que solicitam as fábricas alinhadas com os novos paradigmas de Indústria 4.0.

Por isso, a utilização de plataformas de comunicação é, mais do que nunca, uma necessidade e uma oportunidade.

É uma necessidade porque, hoje em dia, é impensável que um elemento de fábrica, ou uma máquina completa, não esteja disponível e visível pelos seus SCADAs, seja pela visualização e controlo do processo industrial, pela historização dos dados ou pelo estudo de KPIs.

Comunicações industriais para OEM

Outro ponto a ter em consideração neste fluxo de dados é o seu encaixe no planeamento de redes de fábrica e na arquitetura do sistema. Os dados serão apenas verticais? Ou também horizontais? Quantos sistemas vão precisar deles? E isso deriva numa lógica preocupação com a cibersegurança. Quem tem acesso a essa informação? Pode ser obtida de maneira ilícita? Por isso, e num momento em que a interoperabilidade e a segurança já não são opcionais – nem o voltarão a ser – surge o OPC UA como protocolo padrão industrial. Também o mundo OEM.

Mas uma plataforma de comunicação adequada não é apenas uma ferramenta obrigatória, também pode abrir o caminho de novas oportunidades ou para prestar um melhor serviço, como explicávamos na história do princípio.

Evidentemente, poder constatar que os dados estão securizados tranquiliza o cliente final para que deixe acesso a eles, o que permite explorar novas oportunidades de negócio ou aportar ainda mais valor como companhia.

O caso da manutenção preventiva é o mais claro. No ecossistema OEM, o lema é claro: repetibilidade. Tentar, na medida do possível, realizar sempre a mesma máquina, com os mesmos componentes, com a mesma programação. Isso permite que, com o tempo, se possa estudar os padrões de funcionamento de cada modelo de máquina, detetando quais são os típicos pontos de falha.

Isso acarreta outras vantagens: melhorar a máquina para fazer uma nova versão, ações remotas, valorizar a qualidade do material dos fornecedores… sem esquecer as novas ferramentas que, pouco a pouco, se estão a introduzir no mercado como a Realidade Aumentada e a Visão Artificial, paradigmas que terão um grande impacto na utilização da maquinaria.

Por isso, neste setor onde selecionar um componente da máquina é sempre estudado com atenção, a utilização de uma plataforma de comunicação apropriada é considerada indispensável. A sua utilização já não é um gasto, mas sim o investimento que abre a porta a minimizar riscos, maximizar a qualidade, uma melhor oferta de serviço e um maior conhecimento do cliente, ou seja, a mais negócio.